sábado, 26 de julho de 2014

Crítica à música coral evangélica

Fico triste ao ver nossos atuais músicos.
Sim, meu coração está tremendamente abatido.
Daqueles que eu admirava, que valorizava o trabalho feito com a música, que me agradava de tamanha disposição, talento e voz, sinto e com muito pesar lamento, a forma como tem tratado os louvores entoados a Deus através do ministério musical!
Ontem, quando cheguei do trabalho, visitando uma determinada rede social, resolvi ver como estavam os ex-colegas de seminário, outros irmãos que gravam cantatas, e, nisso tudo, escolhi uns vídeos de certos grupos musicais pra assistir, ser abençoado, aprender e adorar a Deus!
Mas infelizmente nada disso me aconteceu.
Que Deus tenha misericórdia, meus irmãos, misericórdia! Porque eu estou tremendamente triste com o que vi!
Desde criança, fiz aliança com o Senhor, em consagrar meus ouvidos e a minha voz, somente com hinos que o glorificassem. Assim, aboli as músicas mundanas, os ritmos insacros, tudo de música que não consegue contemplar a um Santo Criador, Redentor e Triúno.
E encontrei nas músicas harmônicas, algo que me abençoava de maneira maravilhosa, que me fazia adorar a Deus, que voltava os meus olhos ao alto e que me consolava. Entendi que havia uma vocação, uma virtude, e dispus a Cristo me usar, se Ele quisesse! E Ele quis! Pedi pra aprender piano, porque minha igreja tinha uma carência grande de músicos, e Deus prontamente me concedeu esse dom. Aprendi piano por Graça. Sem instrutores, sem professores, sem outros pianistas. Sozinho. Eu e o meu Deus. Depois senti necessidade de saber interpretar, tanto vocal, quanto instrumentalmente falando, por isso aprendi canto e regência. E o Senhor prontamente me usou. Glória ao seu Nome.
Me lembro que enquanto as outras crianças da minha idade gostavam de jogar bola, empinar pipa, confesso que eu preferia brincar de músico. Arrumava meus bonecos e dinossauros e fingia ser um grande coral sob a minha regência. Farejava os bons grupos harmônicos, que na época vendiam em fitas cassete, e fazia de um tudo pra ir a algum ensaio de coral.
E durante esse tempo, fui muito tocado com as canções de grupos evangélicos, que, de fato, traziam a música coral de uma maneira vibrante, séria e reverente!
Acho que admirei ou fantasiei muito os irmãos!
Ah, meus queridos! O pecado é sorrateiro é. E, ardilmente, satanáz nos tenta à prática da iniquidade. Eis que ele está em derredor e por isso não devemos dá-lo brechas. Isso é uma realidade! Assim, sabemos que temos por Pai um Deus amoroso e perdoador, que uma vez o crente arrependido, Cristo o purifica e o restaura com poder e grande graça!
Mas o cenário que vemos nos atuais “referência” em música coral no Brasil não é de um cristianismo sincero, reverente, temente e convicto de um ministério oportunizado por Deus.
Inicialmente vemos a “empresalização” do consagrado ministério de música, que deixou de ser ferramenta de espontânea e devota adoração a Cristo junto com os crentes da sua igreja, para uma expressão artística que embeleza o culto e vai até o teto dos templos. E isso é o mais lamentável!
Não ouvimos dessas “empresas” o comprometimento com o ministério dos missionários espalhados na terra, com a evangelização aos gentios e pagãos, com a santificação do músico e da música, bem como a consagração das vozes.
Música não converte. Não é por muito se cantar, que o pecador vai se convencer dos seus pecados. Música abençoa a Igreja e Engrandece a Jesus. Entendam!
Gosto do lema: "Ministério que apoia Ministérios".. De fato, o Ministério de Música é uma ferramenta litúrgica, mas muito além, deve ser um vaso em Deus usado para apoiar o Ministério pastoral, e não dividi-lo, o ministério infantil, e em especial, o de missões! Missões urbanas, missões na zona rural, missões internacionais, enfim...
Vemos “valores R$” para que os irmãos cantem nas igrejas (distinguindo rapidamente o que seja: oferta voluntária – quando a partir da condição dos irmãos, eles resolvem contribuir com o ministério, se tornando benção e se revestindo da graça e providência de Deus, sendo alicerçado nas escrituras e no testemunho dos apóstolos; com a totalmente contrária, cobrança compulsiva – quando o ministério de música cobra por ministrar), e questiono: Se uma igreja pequena desejar adorar com esses crente, o que faz? Só as que podem contribuir?
Eu sou maestro de um grupo musical que resolveu ser útil na propagação do evangelho e na sustentação de igrejas e missionários. Com a renda do grupo, revertemos no auxílio aos crentes em Cristo. Aos necessitados, aos índios, aos missionários, à nossa igreja, a pastores, e clamo a Deus para
que eu esteja operando o seu querer, e que Ele me livre de pecar empresalizando o dom que de graça recebemos. Temos profissões, somos agraciados por Deus com emprego, faculdade, estudos diversos, e no que ele nos concedeu para destinarmos exclusivamente à sua glória através da música, nós não fazemos? Tudo que somos pertence ao Senhor, e tudo deve ser devolvido a Ele para a sua glória. Que a justiça a qual estudo e trabalho, auxilie os necessitados, fracos, injustiçados e empobrecidos e isso se reverta em glória para Cristo. Que a minha família, em aflições, perdas, lutas, alegrias, e vitórias se converta a Jesus. Que os meus talentos sejam utilizados para abençoar outros crentes e fazer com que o reino de Jesus seja estabelecido em mim, e através de mim!
Segundo, criamos os ditos “ídolos”. No trato uns com os outros, se envaidecem do que são. E amam ser aclamados nas ruas com o título de “rabi”. Se precipitam a criticar os que de coração sincero cantam. E facilmente mergulham na hipocrisia, no pragmatismo e no ecumenismo.
Onde está a identidade doutrinária deles?
Onde se chama, canta! Qual o real critério?
Envaidecimento? presunção? ou falta de firmeza mesmo?
Tudo não passa de apresentação quando a identidade doutrinária se esvai a segundo plano.
Olhem as músicas! Letras vazias, apelativas, que não entronizam a doutrina bíblica, coroando de receios e medos de que clientes de outras denominações não as utilizem. Que Cristo nasceu milagrosamente, que viveu, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, muitos creem! Mas a pregação cristocêntrica e o testemunho vivo, não conformado com o mundo, mas renovado pela renovação da mente de cada um deles, está raro de encontrar!
Amam as primeiras fileiras e os lugares importantes. Jesus, quando condenou os fariseus, os mestres da lei e os publicanos, afirmou que uns eram hipócritas, religiosos, que amavam ser maior entre seus iguais e faziam questão de demonstrar o status que possuíam; outros, por um ralo conhecimento, ditavam as regras e as normas morais e religiosas do povo; e por fim, Jesus falou daqueles que eram injustos no trato com os seus e, por fim, desonestos.
Terceiro, o testemunho público.
Assisti um vídeo em que um dos coristas, em pleno solo, tirava fotos no celular. Ele andava de um lado pra outro do “palco”, gesticulava gestos sem sentido, dava costas à igreja para conversar com um dos coristas do grupo, e a reverência, seriedade e espiritualidade dos cânticos, ficavam do lado de fora da igreja enquanto o grupo "ofertava algo" a Deus
Em outro vídeo, um dos maestros contou um testemunho fantasioso e cheio de emoção, alternado com momentos em que praticamente ele gritava, levando a igreja a êxtase e o grupo a uma irracionalidade musical.
Em um post, vi a promoção de um grupo, cobrando R$500,00 para fazer um culto nas igrejas. Em outro post, vi coristas dançando forrozinho agarradinha com os namorados, ou vendendo sua linda voz aos palcos mundanos. Em outro, vi um dos diretores, afirmando que: “Somos empresas, temos direitos autorais a comprar, se fizéssemos um trabalho como esse, teríamos que dividir os lucros”... Ah, como isso me decepcionou!
Um dos ex-tenores de um certo grupo, que muitos dos nossos coristas cantam solos que ele fez em cantatas e amam a voz do moço, hoje é gay e membro de uma comunidade dita evangélica, outros admitem rapazes homossexuais para formarem o corpo de cantores do ministério de louvor, enfim, não irei me prolongar...
Não vemos versículos bíblicos, não vemos palavras de incentivo, nem nenhuma espécie de contribuição à missões e à pregação da Palavra.
Ressalva seja feita aos adventistas e da sua maior gravadora: Eles retiraram os CDs de uma cantora do comércio, porque ela cometeu pecado, transformando os discos, em outra destinação. Os adventistas merecem admiração pelo comprometimento com o testemunho público do cantor.
Mas não poderia suscitar um questionamento desses a qualquer gravadora evangélica por causa do grande comércio obtido.
Aaah, Deus! Tenha misericórdia!
Lamento pelos colegas que comercializam seus talentos, lamento pelas gravadoras e pelo cartel da música coral brasileira, lamento pelo mundanismo da música cristã, lamento pela péssima vocação e seriedade dos músicos, lamento pela falta de santidade e consagração.
E como eu terminaria esse triste texto?
Aos diretores e regentes de Coral: Observem o testemunho daqueles que vocês copiam! Procure ser original! Seja responsável com a completude ministerial dos grupos que você adota! Tenha discernimento e averigue a identidade desses grupos! Evite os prosélitos e pragmáticos! Aprofunde doutrinariamente a música da sua igreja! Ore!
Aos Coristas: Cuidado com o estrelismo. Você pode estar roubando o lugar daquele que merece adoração! Cuidado com sua vida! Eis que grande responsabilidade é e será exigida de nós! Cuidado com o que você canta!
As Igrejas: Se preocupem com as músicas cantadas pelo seu Coral! Pastor? Procure saber quem fez, quem traduziu, quem é? Por acaso você sentiria paz se fosse um promíscuo que interpretou, se foi um herético que compôs, se fosse um descomprometido que produziu?

Repito: Que Deus triunfe sobre o juízo pela misericórdia e graça!

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